Antes de tudo, não sei pra vocês, mas eu sempre achei estranho a ideia de que "descobriram o Brasil" sabendo que tinham povos indígenas aqui. Como assim descobrir algo que já estava descoberto? Socialmente falando, temos até hoje herança indígena em nossos costumes, cultura, comunicação. Sendo assim, nossa raiz também é indígena e isso não podia passar despercebido por aqui.
Ao passo que chegamos na região, a energia toma conta e as histórias de anos atrás passam a fazer parte, agora, dos nossos dias. Os guias Raoni e Gilmarcio contam sobre a comunidade potiguara. No primeiro momento, depois de uma pequena trilha, conhecer a cachoeira do Correntino já apaixona pela simplicidade e humildade. Sim, pequena e acolhedora, a cachoeira nos envolve no ritual da gratidão e por estar ali vivenciando essa experiência única. Já pintada de indígena, seguimos. Após o almoço, um belíssimo pôr do sol pelo mar e mais uma vez um momento de agradecer pelo dia. Em seguida, dormir na oca vem como chave de ouro (tu já dormiu numa oca alguma vez? Eu não).
No segundo dia, tomar café da manhã à beira-mar, ô delícia. Pé na areia, frutinha, água morna, cuscuz, bom demais. Tal qual o dia anterior, os passeios seguem na singeleza da natureza. O banho na lagoa Encantada e no rio do Gozo reforçam a troca do nosso corpo com o ecológico, em que toda a região fala, com garra, de como tudo foi e é.
Pra fechar, o ritual com a pajé Fátima nos lembra que agradecer e pedir andam juntos e que o mundo conspira a nosso favor se estivermos entregues a ele. Embora coletivos, somos únicos e nossa unidade é espalhar o bem e boas energias por aí.
Em outras palavras, viajar até a Baía da Traição é mais que uma imersão cultural: é um contato consigo e com suas origens.
Essa poderia ser a definição da viagem com a Aurora Aventura. Nesse sentido, em dois dias aprendi tanto quanto um livro de história, mas na prática. Aprendi com o contato com a natureza, que é sempre melhor que Wi-Fi. Aprendi com as reflexões. Com a sintonia. Com as energias. Com o humano. Por fim, a imersão cultural na Baía da Traição foi algo arrepiante (literalmente).
Vamos nessa?
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